Afinal era não era vento, foi só uma brisa. As velas não se encheram, o barco não partiu. Ficaram as ondas a repetirem-se no casco, como a recordar que o tempo nesse momento não passa. Repetem-se eternizando o último segundo, agonizante e esclarecedor, do afinal impossível para sempre.
Cúmplicemente olho para ti e não te encontro: tu voas, sim voas! Como se nunca tivesses feito mais nada na vida. Para ti é indiferente o vento, esqueces-te dele, largaste o barco, a construção, o desejo. Voas, rasgando as penas nas nuvens... indiferente às ondas que se repetem lá em baixo, num murmurinho que com o bater das asas consegues calar.
Um barco, cheio de memórias, abandonado no mar.
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