11 de dezembro de 2015

Amore

Possesso (Aria) de Gabriel Yared por Ramon Vargas 

Novos murmúrios ecoam como ecoam as luzes ao descer no fim do dia
Trazem serenidade, lembrança e saudade, trazem também alento e desalento
As imagens passam ao lado e por vezes entre-olham-se e compõem-se
Outras vezes nem se cruzam, mas sabem ser perfeitas em cada face sua

E a vida escorrega no desaparecer das cores, na noite imensa que cai
Na solidão de horas sem luz, num resguardo apetecido e ceifante
A vida passa sem dores, sem cores, nem suspiros, nem amor, sem sabor
Os olhos cheios de segredos e de sonhos continuam fortes na face enrugada

A lagrima que só espreita, sem cor nem sabor, e faz abrir as narinas
O tempo que se esvai apertando a garganta e abrindo o peito
Saudades da vida que corre e que traz e leva a própria vida
Felicidade de ter provado, de ter sonhado, de ter conhecido o quadro

Sem nunca o ter realmente sentido ou pintado... nem esquecido

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